sábado, 30 de julho de 2011

Minha metade.

Que a força do medo que eu tenho não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo que acredito não me tape os ouvidos e a boca.
Porque metade de mim é o que grito, mas a outra metade e silêncio.

Que a música que ouso ao llonge seja linda, ainda que triste.
Que o homem que eu amo seja sempre amado, mesmo que distante.
Porque metade de mim é partida e a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece, nem repetidas com fervor, apenas respeitadads como a única coisa que resta a uma mulher inundada de sentimentos.
Porque metade de mim é o que ouço, mas a outra metade é o que calo.

Que essa vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu mereço...
Que essa tensão que me corroe por dentro seja um dia recompesada.
Porque metade de mim é o que penso, e a outra metade é vulcão.

Que o medo da solidão se afaste, que o convibio comigo mesma seja ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto o doce sorriso que eu me lembro ter dado na infância.
Porque metade de mim é o que fui, e a outra metade eu não sei.

Que não me seja precisa mais do que uma simples alegria para me aquietar o espiríto. E que teu silêncio me fale cada vez mais.
Porque metade de mim é abrigo, e a oua metade é nansaço.

Que a arte nos apronte uma resposta, mesmo que ela não saiba, e que ninguém a tente complicar, por que é preciso simplicidade para fazê-la florescer.
Porque metade de mim é platéia, e a outra metade é canção.
E que minha loucura seja perdoada...
Porque metade de mim é amor e a outra metade também!